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Um medo filho-da-puta por Marina Melz
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Um medo filho-da-puta por Marina Melz
falando em medos no outro tópico...
Um medo filho-da-puta por Marina Melz
Eu sinto medo da solidão, mas de tanto temer me acostumei com a presença dela e agora ela faz parte de mim. Tenho medo dos meus pensamentos, do barulho dos trovões e da noite. Tenho medo da minha imaginação e das minhas palavras que simplesmente acontecem sem medo.
Tenho um medo doído de nunca conseguir me sentir bonita. Mais medo ainda de admitir que toda a minha falta de vaidade é só um refúgio pra minha baixa-estima. Tenho medo da minha eterna insatisfação – e aí eu percebo que usei a palavra eterna, e a eternidade me dá medo pra cacete.
Eu sinto medo de dormir, porque eu sei que vou ter que acordar e acordar me dá um medo violento. Também tenho medo de ser fria demais, por isso exagero e acabo tendo muito mais medo de ser de verdade, porque eu tenho medo das minhas verdades.
Sinto medo de crescer e mais medo ainda de ser pra sempre criança. Tenho medo de pensar que já sou adulta e que a juventude é passageira. Morro de medo da velhice e de me sentir impotente. A impotência me dá ânsia de vômito, e eu quase vomito de tanto medo que eu tenho de vomitar.
Eu me contorço de medo de saber que existe alguém que vá me fazer feliz, e aí eu choro de medo da alegria que eu vou sentir, porque eu sempre me aproximo mais de mim na tristeza. Eu tenho pavor da finitude da paixão, aí eu sempre encurto o caminho e acabo sofrendo de medo de não me apaixonar de verdade nunca mais. Eu sempre tenho mais medo que se apaixonem por mim do que de me apaixonar por alguém, porque eu sei o que é sofrer por quem não merece.
Tenho medo da minha insegurança, que me deixa tão sem chão que eu preciso me reafirmar o tempo todo. Aí eu fico tão de saco cheio que eu tento acreditar um pouco em mim sem essa mania de auto-afirmação e morro de medo de ser só mais uma pra todos. Eu morro de medo de não atender expectativas, aí eu fico nervosa e não atendo mesmo e fico me sentindo a pior das criaturas. Eu tenho medo de ser a pior das criaturas.
Eu tenho medo que descubram que eu falo sozinha, que percebam que a minha loucura é permanente. Eu sinto medo dos meus personagens, que de tão reais criam vida própria e me fazem perder o controle. Eu tenho medo da minha falta de controle e muito, mas muito, mais medo de quando eu posso controlar qualquer coisa.
Eu sinto medo dos meus sonhos, porque eles sempre me trazem surpresas e eu sempre acabo acreditando que um dia elas vão acontecer. Eu tremo e gaguejo de medo de parecer ridícula e a minha preocupação se torna tão ridícula que eu tenho medo que descubram o que acontece aqui dentro.
Eu tenho tanto medo da saudade que eu sinto do que não aconteceu, que viver cada dia se tornou uma constante busca por um passado que eu não vivi. E o meu maior medo (um medo filho-de-uma-puta que não me abandona um segundinho sequer) é não viver de verdade.
http://www.entendaoshomens.com.br/um-medo-filho-da-puta/
Um medo filho-da-puta por Marina Melz
Eu sinto medo da solidão, mas de tanto temer me acostumei com a presença dela e agora ela faz parte de mim. Tenho medo dos meus pensamentos, do barulho dos trovões e da noite. Tenho medo da minha imaginação e das minhas palavras que simplesmente acontecem sem medo.
Tenho um medo doído de nunca conseguir me sentir bonita. Mais medo ainda de admitir que toda a minha falta de vaidade é só um refúgio pra minha baixa-estima. Tenho medo da minha eterna insatisfação – e aí eu percebo que usei a palavra eterna, e a eternidade me dá medo pra cacete.
Eu sinto medo de dormir, porque eu sei que vou ter que acordar e acordar me dá um medo violento. Também tenho medo de ser fria demais, por isso exagero e acabo tendo muito mais medo de ser de verdade, porque eu tenho medo das minhas verdades.
Sinto medo de crescer e mais medo ainda de ser pra sempre criança. Tenho medo de pensar que já sou adulta e que a juventude é passageira. Morro de medo da velhice e de me sentir impotente. A impotência me dá ânsia de vômito, e eu quase vomito de tanto medo que eu tenho de vomitar.
Eu me contorço de medo de saber que existe alguém que vá me fazer feliz, e aí eu choro de medo da alegria que eu vou sentir, porque eu sempre me aproximo mais de mim na tristeza. Eu tenho pavor da finitude da paixão, aí eu sempre encurto o caminho e acabo sofrendo de medo de não me apaixonar de verdade nunca mais. Eu sempre tenho mais medo que se apaixonem por mim do que de me apaixonar por alguém, porque eu sei o que é sofrer por quem não merece.
Tenho medo da minha insegurança, que me deixa tão sem chão que eu preciso me reafirmar o tempo todo. Aí eu fico tão de saco cheio que eu tento acreditar um pouco em mim sem essa mania de auto-afirmação e morro de medo de ser só mais uma pra todos. Eu morro de medo de não atender expectativas, aí eu fico nervosa e não atendo mesmo e fico me sentindo a pior das criaturas. Eu tenho medo de ser a pior das criaturas.
Eu tenho medo que descubram que eu falo sozinha, que percebam que a minha loucura é permanente. Eu sinto medo dos meus personagens, que de tão reais criam vida própria e me fazem perder o controle. Eu tenho medo da minha falta de controle e muito, mas muito, mais medo de quando eu posso controlar qualquer coisa.
Eu sinto medo dos meus sonhos, porque eles sempre me trazem surpresas e eu sempre acabo acreditando que um dia elas vão acontecer. Eu tremo e gaguejo de medo de parecer ridícula e a minha preocupação se torna tão ridícula que eu tenho medo que descubram o que acontece aqui dentro.
Eu tenho tanto medo da saudade que eu sinto do que não aconteceu, que viver cada dia se tornou uma constante busca por um passado que eu não vivi. E o meu maior medo (um medo filho-de-uma-puta que não me abandona um segundinho sequer) é não viver de verdade.
http://www.entendaoshomens.com.br/um-medo-filho-da-puta/
Ana- Bom inicio PaDawn
- Mensagens : 512
Data de inscrição : 09/07/2014
Localização : Porto Alegre - RS
Re: Um medo filho-da-puta por Marina Melz
Simplesmente AMEI, sensacional!
Atire a primeira pedra quem não sente/sentiu/sentirá um desses “medos”. Minha mãe sempre dizia que quando perdemos o alguns “medos” a vida perde a graça, que uma dose dele nos faz querer mais, nos provoca, instiga, atiça e ai a gente segue se desafiando com aquele friozinho na barriga, adoro!
Tenho meus medos, e alguns até acredito que foram promovidos à classe do “pavor”, esses já não tem mais graça. Fico em pânico de imaginar que possa vir a ter algum problema e que isso me impeça de gerar filhos, embora já tenha feito tudo quanto é tipo de exame, e que, segundo o médico esteja tudo certo, sempre acho que pode dar uma m*. E, o fato de gerar um filho provoca em mim outro medo: de não ser boa mãe.
O medo mais horrível e doloroso, e que hoje só de falar me toma de susto pelo que provoca em mim, é o da perda. Lembro que quando minha mãe estava hospitalizada, desenganada, e eu sabia exatamente o que ia acontecer, vivi dias de pânico. Preferia sentar no chão do lado de fora do quarto, porque eu sabia que o médico ia chegar e dar a noticia, mas eu tinha medo de encará-lo, assim, cada vez que a porta abria e eu via um par de sapatos masculino, meu coração acelerava, pulsava como se fosse explodir, e o medo gritava forte pra eu não escutar o que ele ia dizer.
Mas também adoro desafiar meus medos, principalmente quando o assunto é aventura, superar limites, quero a onda mais forte, momentos em que somos só eu e ela, meu medo acelera, mas a adrenalina toma conta, e faço coisas que até duvido e curto demais!
Atire a primeira pedra quem não sente/sentiu/sentirá um desses “medos”. Minha mãe sempre dizia que quando perdemos o alguns “medos” a vida perde a graça, que uma dose dele nos faz querer mais, nos provoca, instiga, atiça e ai a gente segue se desafiando com aquele friozinho na barriga, adoro!
Tenho meus medos, e alguns até acredito que foram promovidos à classe do “pavor”, esses já não tem mais graça. Fico em pânico de imaginar que possa vir a ter algum problema e que isso me impeça de gerar filhos, embora já tenha feito tudo quanto é tipo de exame, e que, segundo o médico esteja tudo certo, sempre acho que pode dar uma m*. E, o fato de gerar um filho provoca em mim outro medo: de não ser boa mãe.
O medo mais horrível e doloroso, e que hoje só de falar me toma de susto pelo que provoca em mim, é o da perda. Lembro que quando minha mãe estava hospitalizada, desenganada, e eu sabia exatamente o que ia acontecer, vivi dias de pânico. Preferia sentar no chão do lado de fora do quarto, porque eu sabia que o médico ia chegar e dar a noticia, mas eu tinha medo de encará-lo, assim, cada vez que a porta abria e eu via um par de sapatos masculino, meu coração acelerava, pulsava como se fosse explodir, e o medo gritava forte pra eu não escutar o que ele ia dizer.
Mas também adoro desafiar meus medos, principalmente quando o assunto é aventura, superar limites, quero a onda mais forte, momentos em que somos só eu e ela, meu medo acelera, mas a adrenalina toma conta, e faço coisas que até duvido e curto demais!
/Eu tenho tanto medo da saudade que eu sinto do que não aconteceu, que viver cada dia se tornou uma constante busca por um passado que eu não vivi. E o meu maior medo (um medo filho-de-uma-puta que não me abandona um segundinho sequer) é não viver de verdade.
Aline Floripa- Mensagens : 247
Data de inscrição : 12/07/2014
Localização : Florianópolis
Re: Um medo filho-da-puta por Marina Melz
pois então... eu também adorei o texto...
sabe aquela coisa que nos parece feio confessar nossas fraquezas... se dizer que está triste, santo Deus... te dão mil recomendações...
se confessamos que temos medos e receios nos olham de soslaio como se fossemos perdedores...
e heloowww... todos mundo é normal, todo mundo tem seus dias tristes, todo mundo já fez merda, todo mundo tem seus medos.... a vida feliz que adoram publicar no face não é tão feliz assim quando olhamos de mais perto....
deve existir algumas exceções para confirmar a regra, mas ainda não conheci
sabe aquela coisa que nos parece feio confessar nossas fraquezas... se dizer que está triste, santo Deus... te dão mil recomendações...
se confessamos que temos medos e receios nos olham de soslaio como se fossemos perdedores...
e heloowww... todos mundo é normal, todo mundo tem seus dias tristes, todo mundo já fez merda, todo mundo tem seus medos.... a vida feliz que adoram publicar no face não é tão feliz assim quando olhamos de mais perto....
deve existir algumas exceções para confirmar a regra, mas ainda não conheci
Ana- Bom inicio PaDawn
- Mensagens : 512
Data de inscrição : 09/07/2014
Localização : Porto Alegre - RS
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