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Como lidar com a tristeza

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Mensagem por Ana Qui 17 Jul - 17:20

Como lidar com a tristeza
Nunca tanta gente teve depressão no mundo. São 350 milhões de pessoas nessa condição - boa parte nem sabe disso. O que está acontecendo conosco? O que devemos fazer a respeito?

* Com reportagem de Cristine Kist e Felipe van Deursen
A morte era iminente. E lenta. A notícia sobre a doença terminal do marido afogou Estela na maior dor possível. Ela não sabia como agir. Cuidou dele todos os dias, por cinco anos. Mas era mais do que podia suportar. Sentia raiva do mundo. Ninguém poderia entender de verdade - a dor era dela. Ainda assim, queria a ajuda dos amigos, mas sem ter de pedir, sentia-se invadida. Se tentassem ajudar, ficava brava. Se não tentavam, pior ainda. Aos poucos se afastou de todos, isolando-se na própria e devastadora dor. A vida não tinha mais graça. E não era um momento passageiro. Tudo era chato, sem cor, sem prazer. Os tempos de alegria haviam sido uma ilusão tola, pensava. Estela sabia que nunca mais encontraria esse falso prazer. Depois piorou. Quando o marido morreu, ela se sentiu aliviada. E esse alívio a destroçou com uma sensação de culpa do tamanho do mundo. Queria morrer junto. A depressão se fincou nela.

Estela, que prefere usar um nome fictício, é uma entre as 350 milhões de pessoas com depressão no mundo. Um número que só aumenta e que virou um problema de nossa era: só nos Estados Unidos, o consumo de antidepressivos aumentou 400% em 20 anos. Mas, historicamente, depressão é um conceito que surgiu outro dia. Por séculos, ela era uma doença misteriosa chamada apenas de melancolia. "Perdi toda a alegria e descuidei-me dos meus exercícios habituais", disse Hamlet logo após o assassinato do pai. Se vivesse hoje, o personagem de Shakespeare certamente entraria na mira dos médicos. Ele seria enquadrado no DSM-V, a bíblia da psiquiatria, que identifica e diagnostica os transtornos mentais. Hamlet, sob os olhos da medicina contemporânea, teve depressão.

Dos tempos de Shakespeare para cá, muita coisa mudou. Tristeza não é doença. Depressão é, com sintomas reconhecidos, padronizados e tratamentos específicos. E uma indústria que desenvolveu remédios para combater esse mal que deve crescer ainda mais. A Organização Mundial da Saúde aposta que em 2030 a depressão já será a doença mais comum do mundo, à frente de problemas cardíacos e câncer. Vivemos uma espécie de epidemia de mal-estar: há mais pessoas deprimidas do que nunca. Ironicamente, justo em uma época em que a busca pela felicidade é algo quase obrigatório. Você conhece alguém que não queira ser feliz? Soa bizarro e anacrônico. Nosso estilo de vida gera angústia e tristeza - que podem levar à depressão. É grave, ficamos vulneráveis a ela, com o risco maior de cair no abismo: passar a barreira dos sintomas leves e entrar numa depressão profunda. É como se a vida fosse uma calçada esburacada - nem todo mundo que tropeça cai e se arrebenta. Dá para controlar a queda, se segurar etc. Mas quem desaba no chão corre o risco de não se levantar mais: 15% das pessoas com depressão grave cometem suicídio.

O medo da depressão e a busca incessante por felicidade fizeram muita gente fugir da tristeza como se ela fosse uma peste dos nossos tempos. Quem quer ter isso? Quem quer ficar perto de alguém que tem? Isso impulsionou o desenvolvimento de remédios com efeitos colaterais cada vez menos nocivos. Mas também levou a uma certa banalização. "Eu tenho a impressão de que todo mal-estar virou depressão", diz Mário Corso, psicanalista e autor do livro A Psicanálise na Terra do Nunca. "É uma coisa da nossa época. Depressão é a palavra que serve para tudo, as pessoas não sabem o que têm e dizem que estão deprimidas", explica. Tanya Luhrmann, antropóloga especializada em psicologia da Universidade Stanford, nos EUA, acha que há um clima de exagero. "Estou certa de que nós damos muito remédio às pessoas e que tristeza comum é tratada com medicação", diz. Saber a diferença entre tristeza e depressão é essencial. "A tristeza tem motivos, a depressão não tem motivo nenhum", explica Corso. Na tristeza, choramos pela morte de alguém. Ficamos tristes, mas a dor passa, por mais que a saudade não. Na depressão, a dor não passa. A pessoa não sente mais prazer em nada. E foi nessa zona cinzenta de desinformação que nasceu a farra das farmácias. A busca por um comprimido mágico que promete milagres, transformando dor em felicidade, levou muita gente a desaprender a lidar com a tristeza.

Ranking da felicidade
Índice baseado em critérios como saúde, segurança, educação e oportunidades

Os mais felizes
1. Noruega
2. Dinamarca
3. Suécia
4. Austrália
5. Nova Zelândia
6. Canadá
7. Finlândia
8. Holanda
9. Suíça
10. Irlanda

Os mais tristes
1. República Centro-Africana
2. Congo
3. Afeganistão
4. Chade
5. Haiti
6. Burundi
7. Togo
8. Zimbábue
9. Iêmen
10. Etiópia

No meio do caminho: Brasil, em 44º lugar entre 142 países.

Fontes Kantar Health (Reino Unido); Legatum Institute, 2012 (Reino Unido); Organização Mundial da Saúde (OMS); Universidade de Warwick (Reino Unido).



A INDÚSTRIA DA DEPRESSÃO
Sigmund Freud conhecia um remédio legal para curar depressão. Chamava-se cocaína. Usuário e entusiasta da droga, ele a receitava para pacientes que sofriam de tristeza recorrente e sem explicação. Antes disso, os estimulantes mais receitados eram morfina e heroína - até descobrirem que ambas viciavam e tinham efeitos colaterais perigosos. Mas aí, veja só, viram que cocaína também era um problema. Em 1914, os EUA foram o primeiro país a proibi-la. Só na década de 1950 surgiu um substituto eficaz contra esse vazio da alma. Como na origem de tantos outros remédios, miraram aqui e acertaram ali. O Marsilid surgiu como uma tentativa de encontrar a cura para a tuberculose, mas quem o tomava ficava um tanto alegre. Ninguém sabia explicar por quê. Até que em 1965 o psiquiatra americano Joseph J. Schildkraut elaborou a primeira teoria para explicar os efeitos do remédio e, de quebra, as causas da depressão. Ele dizia que a tristeza é um descompasso bioquímico no cérebro ligado à serotonina, dopamina e noradrenalina, os neurotransmissores que regulam o humor e as sensações de prazer e recompensa. Se os níveis dessas substâncias estivessem baixos, era indício de depressão. Bastaria então tomar algo que aumentasse a taxa, e tudo ficaria lindo. E o princípio ativo do Marsilid era a iproniazida, que eleva, justamente, o nível de serotonina.

Foi uma mina de ouro para a indústria farmacêutica. Tratar doenças mentais deixou de ser coisa só de gente extremamente doente, à beira do hospício. O marketing dos laboratórios passou a mirar também em mães estressadas, trabalhadores cansados e qualquer cidadão propenso a uma fase deprê na vida. Desde a década de 1960, surgiram vários remédios que traziam bem-estar, sempre com ação direta na química cerebral. Mas as vendas nunca decolavam, porque os efeitos colaterais eram muito fortes, como inquietação, insônia e dificuldade em urinar.

Só em 1988 surgiu um medicamento que não só mudou de vez as cifras da indústria como conseguiu extravasar o universo das gôndolas das farmácias e virar um ícone cultural: o Prozac. Com efeitos colaterais bem menores, a "pílula da felicidade", como foi chamada na época, entrou para a lista dos medicamentos mais vendidos no mundo. Desde então, surgiram cerca de 30 remédios destinados a combater a depressão. Mas nenhum deles ficou famoso como o Prozac, que, segundo a fabricante Eli Lilly, foi vendido a 90 milhões de usuários nesses 25 anos, enchendo os cofres da empresa. Em 2000, um ano antes de a patente expirar, ela faturou mais de US$ 2 bilhões com o remédio, cerca de 50% a mais que a Pfizer ganhou no mesmo ano com o Viagra.

Dos anos 90 para cá, o antidepressivo ficou comum. Para toda tristeza ou desânimo, ele passou a ser considerado um tratamento em potencial. Mas o Prozac não teria sido um megahit da década tão grande quanto Carla Perez ou Jurassic Park se não houvesse quem o receitasse.

Tudo que era tipo de médico passou a indicar antidepressivos. Tristeza aqui, melancolia acolá, tome remédio goela abaixo que melhora. Só que, como era de se esperar, nem sempre os diagnósticos batiam com o problema. Foi o que aconteceu com o professor aposentado Antônio Alves. Aos 45 anos, ele se sentia desanimado, sem vontade de fazer tarefas diárias. Procurou um psiquiatra que logo o diagnosticou com depressão e indicou um remédio. O tratamento surtiu efeito no início, mas depois perdeu a força. Desanimado, Antônio buscou uma segunda opinião. Ao se consultar com um clínico geral, descobriu que seu problema era outro: a andropausa havia chegado mais cedo. A contragosto do psiquiatra, Antônio abandonou os antidepressivos e passou a tomar repositores de hormônios. Não teve mais crise.

Além do fato de antidepressivos nem sempre surtirem efeito, agora a própria teoria que explica seu funcionamento está sendo questionada. Cinquenta anos depois, a teoria dos baixos níveis de serotonina não é mais tão forte. Alguns desses remédios, em vez de elevar a concentração da substância, abaixam ainda mais. Para complicar, nem todo cérebro deprimido tem pouca serotonina. Mesmo assim, ainda se acredita que a depressão é, sim, um desequilíbrio químico. O problema é que não se sabe ao certo quais são os neurotransmissores envolvidos.

Ou seja, não que fosse má-fé da classe médica receitar antidepressivo a torto e a direito. É que depressão é uma doença conhecida há pouco tempo e ainda muito misteriosa. Ela não é como o câncer, em que um exame de imagem mostra a regressão ou o aumento de um tumor, e uma biópsia revela o estágio e o grau da doença. Não há resultados impressos para mostrar se o tratamento teve resultado.

Existe a suspeita ainda que a culpa do caos químico no cérebro seja do estresse. Em resposta à tensão do ambiente externo, o corpo produz mais cortisol e outros hormônios do estresse. O excesso pode alterar a bioquímica cerebral e causar depressão. Se o problema for mesmo esse, então a infelicidade crônica pode ser uma resposta ao nosso estilo de vida. Estamos mais tristes, também, por causa da nossa sociedade.

Principais tipos de anti-depressivos

Tricíclicos
O que fazem - aumentam os níveis de serotonina e noradrenalina.
Efeitos colaterais - sedação, boca e olhos secos, prisão de ventre, ganho de peso, sonolência.
Exemplos - Tryptan (amitriptilina), Anafranil (clomipramina), Sinequan (doxepina).

Inibidores da monoamina oxidase
O que fazem - Anulam a monoamina oxidase, que destrói a serotonina, dopamina e norepinefrina.
Efeitos colaterais - ganho de peso, inquietação, disfunção sexual e insônia.
Exemplos - Marsilid (iproniazida), Nardil (fenelzina), Eldepryl (selegilina).

Inibidores seletivos de recaptação da serotonina
O que fazem - aumentam os níveis de serotonina.
Efeitos colaterais - náusea, insônia e disfunção sexual.
Exemplos - Prozac (fluoxetina), Pondera (paroxetina), Zoloft (sertralina).

Atípicos
O que fazem - atuam, de maneiras diferentes, na serotonina, norepinefrina e dopamina.
Efeitos colaterais - cada um é um caso. Podem suscitar convulsão, confusão, disritmia cardíaca, náusea, ansiedade, disfunção sexual e alergia.
Exemplos - Efexor (venlafaxina), Zetron (bupropiona), Cymbalta (duloxetina) e outros.

Fontes Anvisa; IMS Health / Estado de Minas.

DOR NA ALMA
Os evolucionistas acreditam que a depressão é uma característica do nosso cérebro, provocada por algo que nos ajudou a sobreviver: somos um bicho sociável. Esse instinto de socialização e cooperação facilitou a vida dos nossos ancestrais - conseguir comida em grupo era bem mais fácil. Mas ele abriu a porteira para a depressão, porque nosso humor sempre foi influenciado por esse convívio em sociedade. Quando o cérebro se desenvolveu, 200 mil anos atrás, ninguém precisava tomar grandes decisões. Ele foi adaptado para lidar com comunidades pequenas, de até 70 membros. A pessoa não precisava se encontrar na vida, ela já nascia inserida em um contexto mais bem definido. Suas opções eram poucas, determinadas por etnia, grupo social, família etc. Não havia tantas opções e decisões. E aí, quanto mais complexa a vida ficou, maior a propensão à depressão. Hoje, são zilhões de escolhas, é difícil ter certeza sobre qual será a melhor - e qual tomamos só para ser aceitos nessa vida em sociedade. Qual o melhor emprego, a melhor namorada, a melhor cidade para se viver. O cérebro às vezes parece incapaz de lidar bem com isso. Não é à toa que muitos depressivos se queixam de ter surtado por só atender às vontades alheias, em vez de seguir os próprios desejos.

Em comunidades mais simples, os índices de depressão são menores. Um exemplo são os kaluli, etnia da Papua-Nova Guiné que vive da caça, pesca e agricultura de subsistência. O antropólogo Edward Schieffelin, da Universidade College de Londres, entrevistou 2 mil kaluli em dez anos de pesquisa. Só uma pessoa apresentou sinais de depressão - uma taxa 20 vezes menor que a do Brasil. Schieffelin acredita que a explicação esteja no estilo de vida. Os kaluli usam muito o corpo, se alimentam de comidas naturais e se expõem mais ao Sol. A verdade é que todos precisamos de ar livre. A luz solar aumenta a produção de hormônios que deixam você mais disposto, mais animado. "Existe uma relação já comprovada entre a falta de sol e a depressão. Não é à toa que nos países do norte europeu o índice de depressão é maior que aqui", explica Raphael Boechat, psiquiatra e professor da Universidade de Brasília. Ao mesmo tempo em que estão entre os países mais felizes do mundo, graças à excelente qualidade de vida, os países escandinavos têm altos índices de depressão.

A psicanálise leva a questão um pouco mais longe. No livro O Tempo e o Cão, a psicanalista Maria Rita Kehl culpa nossa sociedade consumista pelo vazio da alma. A máxima do nosso tempo é vencer. E vencer significa ser feliz. No meio do caminho, escolha uma profissão, tenha amigos, compre um carro, financie uma casa, case, viaje, vá ao shopping, torça para um time, compre, use, abuse, jogue, desfile, passeie, julgue, brilhe, dance, transe, descanse. A publicidade teria transformado a felicidade em uma sucessão de frases imperativas que nos faz consumir. Só que isso não preenche nada. E o vazio continua aqui dentro. O depressivo, descreve Kehl, não consegue ver graça em nada disso, em nenhuma dessas conquistas. "A vida tinha um filtro cinza", diz a publicitária Rachel Juraschi, descrevendo o que sente um depressivo. "Não era só tristeza, era preguiça de viver". Ela suspeita que desde a adolescência, "uma época sem boas lembranças", sofria de depressão. Mas foi só aos 28 anos, com o casamento e o trabalho em crise, que a doença atacou para valer. "Nem banho eu tomava mais", lembra. Deveria se divertir, se informar, socializar, conforme manda o protocolo. Mas, assim como em outros depressivos, nada disso fazia sentido. A pessoa não se diverte - e se culpa por isso. Aí procura tratamento. "Junto com a medicação, o que se vende é a esperança de que o depressivo possa rapidamente normalizar sua conduta sem ter de se indagar sobre seu desejo", escreve Kehl. É como se buscasse uma pílula para se ajustar à vida. Um desejo de ser normal.

O uso de antidepressivos pode ter se tornado algo banal e muitas vezes irresponsável. Mas sua popularização derrubou parte do medo de tratar a depressão. Ficou mais fácil sair do armário e aceitar isso como uma doença real. "Quando vi que tinha amigos da mesma idade tomando, perdi o preconceito", diz Rachel. Os remédios deram aos depressivos uma dose de esperança. E essa esperança ajuda tanto que pessoas que tomam só água com açúcar achando que é antidepressivo relatam melhora de humor. O psiquiatra americano Irving Kirsch analisou 38 testes clínicos com 3 mil participantes que, separados em grupos, lidaram com a depressão de quatro formas distintas: antidepressivos, remédio placebo, psicoterapia e nenhum de tratamento. Ele constatou que, enquanto em média 75% dos sintomas de quem tomou remédio melhoraram, 50% dos efeitos nos que só tomaram pílulas de açúcar foram reduzidos. Ou seja, só 25% da melhora seria mérito do remédio. Ainda assim, a função dos remédios não pode ser ignorada: quando a tristeza foge do controle, qualquer esperança serve como alento. O estilista Zanco Junior considera os antidepressivos essenciais em sua vida. Ele toma há 13 de seus 30 anos, desde que teve uma crise de pânico em um shopping de Presidente Prudente, São Paulo, onde morava. Zanco já tentou largar os remédios, mas sentiu falta. Dormia mal, tinha indisposição. "Vivo bem com eles, me ajudam a tocar minhas coisas", diz. E, se tentou parar de tomar, é porque não quer passar o resto da vida sob medicação. "Um dia quero deixar de tomar. Se ficar bem". Não é fácil.

Afinal, outras questões da vida moderna também deixam o corpo mais cansado. A enxurrada de informação com que lidamos todo dia não deixa o cérebro descansar, o que aumenta as chances de pane. Viver em um ambiente desgastante, com mais tempo dedicado a trabalho que a lazer é um atalho para a depressão. Para piorar, essas mudanças são acompanhadas cada vez mais pela solidão. Segundo o IBGE, mais de 12% das casas brasileiras só tem um morador - há dez anos, era menos de 9%. O número de solteiros também aumentou: 48% (ou 72 milhões) dos brasileiros acima de 15 anos, uma alta de quase 16% em dois anos. Se somarmos a divorciadas e viúvos, a parcela da população fora de um relacionamento sério chega a 60%. É muita gente. E os picos de depressão estão nesses grupos mais solitários: solteiros, divorciados e viúvos. Em uma realidade tão propensa à depressão, é preciso, antes de tudo, saber lidar com a tristeza.

O LADO BOM DA TRISTEZA
Vamos deixar claro uma coisa: nem toda tristeza é ruim. Muitas fazem parte desse jogo em que você entra no momento em que nasce. Ficar sem presente no Natal, sofrer pelo galã da escola, ser reprovado no vestibular, perder um emprego, levar um pé na bunda, brigar com um amigo, encarar a morte de alguém e tantas outras mais fazem parte da vida. Todo mundo lida com elas, em maior e menor escala. "Se existe um lado bom é que a tristeza nos torna um pouco mais sábios do que no momento da euforia, quando a gente fica meio abobado. É uma boa hora para fazer um balanço", diz o psicanalista Mário Corso. A crise nos obriga a sair da zona de conforto e abre o caminho para avaliarmos a vida por novos ângulos e tomar rumos diferentes.

O problema é quando você não consegue superar a crise. Sem saber como reagir à dor, mergulha numa tristeza que paralisa. É o caso de Estela. Durante a doença do marido, ela já havia começado a fazer tratamento psicológico e psiquiátrico e participava de reuniões no grupo de apoio mútuo Neuróticos Anônimos. Ia às reuniões só para vomitar a dor que sentia e sair aliviada. Mas o efeito não durava muito, e a vida continuava um saco. Sentia dor mesmo quando algo bom acontecia. Até que um dia ela decidiu não apenas falar, mas também prestar atenção aos desabafos dos outros. Só aí percebeu que eles também tinham problemas e que ela não estava sozinha. Sentiu carinho por elas. Recuperou o amor próprio e pelos outros, que a depressão havia levado embora. Deixou de se preocupar com o pensamento e julgamento alheios e passou a se aceitar e a valorizar suas vontades. "Tenho percebido que sanidade é quando você consegue admitir o seu lado B, os seus defeitos", conta. Ela frequenta as reuniões até hoje. Mas teve alta dos remédios.

Para conseguir isso, ela aprendeu a lidar com a situação e, principalmente, a reconhecer os próprios limites. O primeiro passo para se levantar do chão, ainda machucada, foi reconhecer o próprio descontrole emocional. Ela simplesmente deixava a raiva, o medo, a tristeza e outras emoções decidirem seu rumo. Explodia. Mas isso só dificulta as coisas. Parou de sentir pena de si, abandonou o papel de vítima. Nada poderia reverter seu trauma - mas a maneira de lidar com isso poderia ser uma decisão dela. Voltou a ser protagonista da própria vida. Hoje, Estela aprendeu a lidar com os dias ruins. "Eu respeito muito a depressão. Tenho tanto medo dela quanto tenho do mar. Mas eu não deixo de entrar no mar, e também não deixo mais de viver", diz.

Grupos de apoio são uma boa saída para aprender a encarar o lado amargo da vida - mesmo que você não esteja numa depressão profunda. "Tem gente que entra aqui porque perdeu a namorada e não consegue ficar feliz. Mas depois passa, fica bem, encontra outra pessoa e nunca mais volta", conta Estela. Essas terapias em grupo funcionam tão bem quanto sessões com psicólogos que seguem a linha cognitiva-comportamental, que tenta ajudar o paciente a ver as coisas de outra forma, ou interpessoal, que foca nos problemas do presente. Essas duas são as formas de psicoterapia com os melhores resultados no tratamento da depressão. Ou seja, não dá para apostar todas as fichas nos remédios. Eles podem resolver o lado bioquímico, mas o modo de lidar com os problemas ainda é contigo.

Andrew Solomon, autor de O Demônio do Meio-Dia, um livro autobiográfico sobre depressão, diz que tudo pode funcionar, até tomar remédio de ponta cabeça. Basta acreditar nos efeitos positivos. E foi por isso que ele encarou diversas terapias alternativas, desde tomar chá de uma planta chamada erva-de-são-joão, hipnose, homeopatia até participar de um ritual religioso em uma tribo africana. Alguns melhoraram o ânimo do escritor, outros nem tanto.

Além de Solomon, outras pessoas estão procurando alternativas para tratar a depressão. No Brasil, um grupo de pesquisadores viu na ayahuasca uma oportunidade. O chá à base de plantas amazônicas usadas em rituais religiosos, que dá um efeito de bem-estar e tranquilidade, tem princípios ativos que agem direto no cérebro e pode render no futuro novas linhas de antidepressivos. "Os efeitos terapêuticos observados com a ayahuasca são praticamente imediatos, enquanto que as medicações disponíveis demoram duas semanas no mínimo", explica Jaime Hallak, professor de medicina da USP Ribeirão Preto e coordenador da pesquisa. Outra promessa farmacêutica é a cetamina, usada como anestésico desde os anos 60. Os 120 pacientes do psiquiatra americano Carlos Zarate que tomaram a droga tiveram melhoras rápidas e significativas. Em vez de alterar os níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina, a substância regula a concentração de outro neurotransmissor, o glutamato - isso, por si só, já é inovador: seria o primeiro antidepressivo, desde o Marsilid, a não interferir na taxa dos dos três neurotransmissores de sempre. Além disso, há novas tecnologias que apresentam outras duas possibilidades: estimulação magnética transcraniana, ondas eletromagnéticas que estimulam partes do cérebro - algo como o filho prodígio do eletrochoque - e o neurofeedback, em que o paciente faz atividades para treinar o cérebro, e sensores mostram em tempo real os efeitos que restauram o equilíbrio do órgão.

Mas não importam as técnicas, terapias ou remédios que você use, os perrengues da vida vão voltar. Triste? Lembre-se: é assim com todo mundo (e muito mas mais intenso com os depressivos). Tentar encarar as adversidades ainda é essencial para sair mais forte de cada crise. "Eu detestava estar deprimido, mas foi também na depressão que aprendi os limites do meu próprio terreno, a plena extensão da minha alma", escreveu Andrew Solomon. "A experiência da dor, que é especial em sua intensidade, é um dos sinais mais seguros da força da vida". Conhecer seus próprios limites e não ultrapassá-los torna a vida mais leve - você passa a viver no seu tempo, sem forçar a barra. É encontrar uma rotina que se encaixe em você. E não o contrário.


PARA SABER MAIS
O Demônio do Meio-Dia
Andrew Solomon, Objetiva, 2010.

O Tempo e o Cão
Maria Rita Kehl, Editorial Boitempo, 2009.

The Emperor's New Drugs
Irving Kirsch, Basic Books, 2010.

http://super.abril.com.br/cotidiano/como-lidar-tristeza-753437.shtml?utm_source=redesabril_jovem&utm_medium=facebook&utm_campaign=redesabril_super
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Mensagem por Ro Samy Sex 18 Jul - 22:13

Tive um quadro depressivo ano passado.
Angústias do passado,insegurança, insatisfação profissional,crise no casamento....me derrubaram de uma forma inédita.Tive uma infância difícil e uma adolescência conturbada, mas nem assim fui ao fundo do poço como em 2013.
Fui me sentindo cada vez mais cansada, desanimada, com muita raiva.
Acabei no psiquiatra. Me senti pior ainda ai sair de lá com receita de vários remédios...
Fiquei afastada do trabalho por 3 meses e meio. E nesse tempo li sobre o assunto, assisti vídeos motivacionais, escutei música, enfim...eu comecei a me sentir um pouco melhor. Me determinei a sair daquele umbral.
Busquei psicoterapia, decidi não tomar medicação porque eu queria me sustentar em minhas próprias pernas.

Hoje estou bem. Minha relação se fortaleceu depois disso, ele me surpreendeu com o apoio incondicional,conforto e carinho num momento dificílimo.

A depressão é uma coisa muito séria. A pressão as vezes sufoca e paralisa. É uma sensação horrível, pois vc sabe que precisa sair daquilo ali e não consegue sair do lugar.
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Mensagem por Ana Sáb 19 Jul - 11:42

eu acho importante respeitarmos o nosso próprio tempo e o que se ajusta melhor ao nosso ritmo... mesmo assim é imperativo sairmos da nossa zona de conforto e buscar alternativas...

eu já tomei anti-depressivo e ME detestei .... via as outras pessoas reagindo bem, alegres com a medicação.... eu ñ me adaptei, e confesso desisti antes de trocar por outra medicação...
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Mensagem por Ro Samy Sáb 19 Jul - 23:15

Exato Ana! Eu me detestei. Pensei cá comigo: é um dever meu lutar para restaurar minha saúde mental. Por isso que me senti desconfortável tomando medicação; é algo do tipo: a medicação vai fazer o meu trabalho....
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Mensagem por Si Cal Dom 20 Jul - 11:16

Então, eu tenho paranoias (e estou neste momento), mas nunca senti tristeza... neste nivel de depressão, tristeza "aparentemente" sem motivo (não to dizendo que não é tristeza...) pq sim sinto tristeza por fatos reais... quando vejo bixo sendo maltratado, gente fazendo gente se sentir bixo... enfim...

Acho que nunca terei depressão... pq de fato não consigo ter tristeza, tristeza profunda em relação ao mundo exterior ou interior... sou uma pessoa OTIMISTA (pode nao parecer) mas sou de FATO OTIMISTA em grau elevado...

A depressão é de fato algo quimico/psicologico que deve sim ser encarado com responsabilidade, muitas vezes Rô Samy o proprio fato de vc achar que é dever seu restaurar sua saude mental... te leva a depressão maior... EU NAO ACHO DESCONFORTAVEL VC TER QUE TOMAR MEDICAÇÃO para esta doença que como outra qualquer, precisa ser "debelada" para depois ser tratada... (ai sim... com suas vontades e atitudes)....
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Mensagem por Ro Samy Dom 20 Jul - 11:36

Si, vc não em ideia da sensação horrível, deprimente que é, sair de um consultório com 4 receitas de tarja preta. Eu pensava exatamente como vc, que nunca teria depressão. Aquelas receitas azuis,nas minhas mãos, fizeram com que eu me sentisse um fracasso. Tentei tomar , mas só comecei a melhorar mesmo quando decidi que iria sair daquele buraco sim, mas sozinha. Comecei a praticar dança, a ler mais, a fazer psicoterapia. Os resultados são ótimos e evidentes. Eu me senti desconfortável sim com a medicação.
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Mensagem por Si Cal Dom 20 Jul - 11:46

Rô evidentemente que tomar atitudes para melhorar é o melhor caminho, mas o que quis dizer é que não é nada ruim vc ter ajuda medicamentosa quando nem mesmo coragem de se mexer você tem, eu sei o que é depressão pois conheço bem de perto o que é esta doença (minha avó que ja se foi mãe de minha mãe) sofreu deste mal uma vida inteira, uma vida inteira de tristeza, uma vida inteira de "preconceitos" quanto a buscar ajuda... ao fim quando buscou era tarde... enfim... muitas vezes achamos que damos conta sozinhas... mas lembre-se não somos INFALIVEIS... acredite... e quanto a ter ou não ter depressão é algo que como outra doença qualquer, podemos ter a qualquer momento...
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Como lidar com a tristeza Empty Re: Como lidar com a tristeza

Mensagem por Ro Samy Dom 20 Jul - 21:59

Entendi o que vc quis dizer.

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Mensagem por carlita carlinha Seg 21 Jul - 11:19

Nessa atual década em que vivemos, com pressões de trabalho para ganhar dinheiro, tarefas de casa entre outras, as pessoas tendem a ter depressão. Por isso, é que números de pessoas depressivas têm aumentado e muito.

Obs: A crise financeira também mexe muito com o ego das pessoas. Consequências de tudo é a depressão. Já passei por isso quando estava ganhado mal. Me senti um nada. O marido de uma amiga de minha mãe também teve fortes depressões . Ele chegou a tomar remédios porque a empresa dele estava enfrentando crises financeiras. Acabou abalando a família, mas mesmo assim, todos foram fortes para apoia-lo nesse momento tão difícil que estavam passando.

Alguns casos, além de ter toda essa pressão do dia a dia, também está ligada com o passado: seja infância, adolescência.

O Carlito, quando começou a namorar comigo, estava tomando Rivotril. Quando vi ele tomando, logo de imediato fui falando com ele para não tomar esse remédio, porque ia fazer muito mal a ele. O motivo dele ter tomado o remédio é pela segunda relação dele não ter sido bem sucedida. Quando me envolvi com ele, tinha apenas 7 meses que ele havia se separado. Graças a Deus ele parou de tomar esses remédios.

Eu, particularmente, sou totalmente contra qualquer tipo de tratamento, ligada a depressão de ter que tomar remédios. Infelizmente eles também viciam. Quando passo por situações difíceis, tenho dificuldade para dormir como havia comentado com vcs. Mesmo assim, eu me recuso a tomar remédios para dormir. Ser dependente de remédios prejudica a nossa saúde.

O Único remédio que eu tomo é para dores de cabeça que são diárias.

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Mensagem por carlita carlinha Seg 21 Jul - 11:23

O melhor caminho para lidar com a tristeza é trabalhar isso dentro da gente. Fazer um exercício físico, fazer uma terapia, ler livros de auto ajuda. Enfim, preencher o nosso tempo para não dar espaço para a depressão. Tem várias maneiras que a gente pode trabalhar. Não necessariamente precisamos de remédios para a nossa vida.

Eu tenho tendência à depressão, para não deixa-la me vencer, eu me cuido. Faço a minha academia e pode ter certeza que tem me ajudado e muito.
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Mensagem por Ana Seg 21 Jul - 12:10

acho que p melhor caminho é procurar ajuda profissional quando notar que certos comportamentos prejudicam o dia a dia...

por vezes não é depressão ... o fator resiliência de cada pessoa difere muito...
alguém com dificuldade de enfrentar seus problemas, não está com depressão...

além disto devemos ter muito cuidado ao tratar com pessoas depressivas, porque é uma doença como qualquer outra (desde que diagnosticada por um médico é claro)

Como lidar com a tristeza Depress%C3%A3o+doen%C3%A7a+psicologia+psican%C3%A1lise
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Mensagem por Ana Seg 21 Jul - 12:14

Quem não tem resiliência é o chamado "homem de vidro", que é aquele que se "quebra” diante de qualquer pressão.

mais sobre resiliência...

http://www.marisapsicologa.com.br/resiliencia.html

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Mensagem por caca Dom 27 Jul - 22:40

Sabe, durante muito tempo, eu abominava a palavra depressão, achava que era coisa inventada da cabeça das pessoas, para sei lá, se vitimarem. E sem me enxergar, me via assim, triste, ou com momentos de tristeza, mas só pra mim, para outras pessoas, sou uma pessoa pra cima, do tipo que se alguém chega se queixando ou triste perto de mim, trato de animar e colocar os ânimos pra cima, mas em casa, longe de todos, inclusive da minha família, me sinto só e triste. E de uns tempos pra cá, essa tristeza, essa reclusão tem aumentado, já fui a psicóloga e psiquiatra, tomei remédios, com muito medo, mas parei com tudo, achando que era coisa da minha cabeça, que não preciso disso. Mas tá muito difícil, tenho dificuldades de me interagir, fora do trabalho, onde interajo bem com todos, mas ninguém imagina, que quando estou sozinha, choro, choro muito mais quando tento parar, e tento reagir, se que tenho que procurar ajuda novamente, mas anda é difícil aceitar que sofro de depressão,ufa, já consigo teclar.

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Mensagem por Vica Seg 28 Jul - 9:21

Acho que estou começando entrar na famosa depressão, que no começo chamei de desanimo, depois de tristeza, mas enfim mesmo sem querer admitir ta parecendo depressão. Só que ainda não sei o que fazer e para onde correr. As pessoas me olham e perguntam se estou brava? Mas na verdade estou triste, sem querer falar, sem vontade de nada, se quer de cuidar de mim. Só tenho vontade de dormir, ficar quietinha, sem precisar falar com ninguém, rezando para que me esqueçam. Tento achar respostas e não as encontro...Não sei o que é mas nunca me senti assim!!!!
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Mensagem por Liu Ter 12 Ago - 14:09

O estranho mesmo é parecer que tem tudo e sentir que não tem nada.
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Mensagem por Aline Floripa Ter 12 Ago - 15:04

Tristeza... é uma situação/momento que todos nós teremos de viver, não tem jeito.

EU sou do tipo que se afasta, primeiro porque não quero "minar" a felicidade dos outros, segundo, porque essa mesma felicidade acaba me irritando.
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Mensagem por Aline Floripa Ter 12 Ago - 15:07

Liu escreveu:O estranho mesmo é parecer que tem tudo e sentir que não tem nada.

Me lembrou o Robin Williams, parecia tão feliz, tinha tudo, família, sucesso, dinheiro, extremamente admirado...
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Mensagem por Liu Ter 12 Ago - 22:14

Aline Floripa escreveu:
Liu escreveu:O estranho mesmo é parecer que tem tudo e sentir que não tem nada.

Me lembrou o Robin Williams, parecia tão feliz, tinha tudo, família, sucesso, dinheiro, extremamente admirado...
Parecia né? Mas não devia ter, às vezes o vazio pessoal nada e nem ninguém preenche porque a própria pessoa não sabe o que cabe ali.
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Mensagem por Ana Qui 14 Ago - 14:07

Aline Floripa escreveu:
Me lembrou o Robin Williams, parecia tão feliz, tinha tudo, família, sucesso, dinheiro, extremamente admirado...

o Robin Williams é mais entre tantos artistas com problemas com drogas , que mesmo com melhores tratamentos a disposição e condições financeiras para buscar outras opções de vida, acabam indo ladeira abaixo ...
Heath Ledger, mesmo com a suspeita que tenha sido acidental foi uma overdose.... Elvis... Michael Hutchence vocalista do INXS ... Ernest Hemingway... Kurt Cobain... isshiii a lista é longa...
o que pode ser fútil ou o que é importante ou satisfatório para um não é para outro... mas dinheiro, fama, poder trazem satisfação momentânea... relacionamentos amorosos, filhos , amigos podem até preencher um vazio por um certo tempo... quando não trabalharmos nossas inquietações, cobranças, insatisfações o monstrinho vai crescendo e gerando ansiedade , stress e mais stress... até que chega ao esgotamento...


A gente pensa que está em Londres, Paris, Milão.
A gente pensa que está em um carro importado.
A gente pensa que está dentro de uma mansão.
Mas na verdade a gente está dentro de um corpo,
e se nós não estivermos bem com nosso íntimo,
estaremos mal em qualquer lugar.
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Mensagem por Liu Qui 14 Ago - 16:48


A gente pensa que está em Londres, Paris, Milão.
A gente pensa que está em um carro importado.
A gente pensa que está dentro de uma mansão.
Mas na verdade a gente está dentro de um corpo,
e se nós não estivermos bem com nosso íntimo,
estaremos mal em qualquer lugar.
Chico Xavier
[/quote]

Sou dessa opinião, mas parece que muitas pessoas tem dificuldade em entender isso.
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Mensagem por Alice Moura Qui 14 Ago - 16:58

Impressionante é que com os estragos que a depressão já fez pela humanidade afora (depressão pós-parto, depressão sazonal, depressão reativa, depressão química, distimia, etc.), ainda é encarada como uma "sub-doença"...
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Mensagem por Ana Qui 14 Ago - 17:52

outro dado interessante que ouvi na Globonews quando da morte do Robin é que Suicídio mata um número 2,5 vezes maior do que homicídios nos Estados Unidos todos os anos:

Suicídio mata um número 2,5 vezes maior do que homicídios nos Estados Unidos todos os anos. Isto é, a chance de uma pessoa se suicidar supera o dobro da de ela ser assassinada. Ainda assim, pouco se fala no tema, a não ser quando alguém famoso, como Robin Wiliams, decide se suicidar.
De acordo com o Center for Disease Control and Prevention do governo americano, quase 40 mil pessoas se suicidam em média por ano nos EUA. Destas, cerca de 20 mil usam armas de fogo, outras 10 mil se sufocam e 6 mil se envenenam.  Como comparação, 16 mil pessoas são assassinadas por ano nos EUA, sendo 11 mil delas por arma de fogo.
Para ficar mais claro
Suicídio – 40 mil mortes, sendo 20 mil por armas de fogo
Homicídio – 16 mil mortes, sendo 11 mil por armas de fogo
Em 2010, mais pessoas se suicidaram no mundo do que morreram em todas as guerras e assassinatos somados. Tenho certeza de que você conhece uma pessoa que se matou, mas talvez não conheça uma que tenha sido assassinada.
Apesar disso, vemos enormes campanhas que corretamente buscam aumentar a segurança e reduzir o número de homicídios. Mas são poucas que tratam do suicídio, visto como um tema tabu. Muitas vezes, como no caso de Robin Wiliams, o suicídio é motivado por uma crise de depressão que pode e deve ser tratada.
Diferentemente do que ocorre com uma pessoa quando ela é diagnosticada com doenças cardíacas, por exemplo, ser portador de uma condição psiquiátrica parece ser um crime. As pessoas têm vergonha de admitir que são portadoras desta condição temendo sofrer preconceito e mesmo seus familiares muitas vezes omitem. O certo, claro, seria buscar tratamento psiquiátrico
.
Antes de terminar, mais um dado –o número de veteranos da Guerra do Iraque que se suicidou nos Estados Unidos é o dobro do número de americanos que morreram em combate no território iraquiano. Todos os dias, 22 veteranos de guerra dos EUA (Vietnã, Afeganistão, Iraque, Coreia e Segunda Guerra) se matam. Um em cada três veteranos de guerra já pensou em se matar. Dois em cada três veteranos que decidiram se matar cometeram o suicídio depois dos 50 anos

http://blogs.estadao.com.br/gustavo-chacra/por-que-suicidio-mata-mais-do-que-homicidio-e-ninguem-fala-nada/
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Mensagem por Liu Qui 14 Ago - 18:05

Eu penso que todo ser humano precisa enxergar de forma pessoal qual o sentido de tudo isso aqui, ter metas/objetivos íntimos e estar em paz consigo mesmo. Se vc não consegue nada disso fica difícil suportar a sensação de vazio. Por isso é tão importante ter fé, em Deus ou em si mesmo (tanto faz), pra prosseguir acreditando que se é capaz de enfrentar e superar os momentos e sentimentos difíceis. Até mesmo pra procurar ajuda.
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Mensagem por Alice Moura Sex 15 Ago - 8:37

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Mensagem por caca Ter 19 Ago - 14:56

Mas, esta sendo muito dificil lidar com essa tristeza sem motivo, sem licença, para estar em minha vida, que parecia estar indo tao bem. Esse choro sem motivo que acaba com tudo o que estava vivendo de bom e feliz. Quero nao sentir mais isso.

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